O Agro no Brasil passou por uma verdadeira transformação nas últimas décadas, tornando-se um dos principais motores da economia nacional. Hoje, o agronegócio brasileiro é um dos maiores do mundo, alimentando grande parte da população global e posicionando o país como líder na exportação de diversos produtos, como soja, carne bovina, milho e café. Essa evolução não foi obra do acaso. Ela é fruto de anos de inovação, trabalho árduo e da visão de homens e mulheres que dedicaram suas vidas ao desenvolvimento e modernização do setor.
O Brasil, que antes dependia fortemente da importação de alimentos, tornou-se um dos maiores produtores e exportadores agrícolas do planeta. Essa virada é o resultado de pesquisas científicas, investimentos em tecnologias e políticas públicas que incentivaram a expansão da produtividade, sem deixar de lado a sustentabilidade. Em grande parte, esse avanço pode ser atribuído à atuação de personalidades que deixaram seu legado no agro brasileiro. Nomes que dedicaram suas carreiras à modernização da agricultura, criação de novas tecnologias e à promoção de práticas agrícolas mais eficientes e produtivas.
Além desses indivíduos, instituições como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desempenharam um papel fundamental nesse processo. Fundada em 1973, a Embrapa foi o ponto de partida para grande parte das inovações no setor. Muitos dos grandes nomes da agricultura brasileira trabalharam ou colaboraram com a Embrapa, o que demonstra a importância da instituição no desenvolvimento e na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.
A seguir, destacamos as histórias inspiradoras de quem revolucionou a agropecuária no Brasil e impulsionou o agronegócio global.:
Eliseu Roberto de Andrade Alves
Eliseu Alves é uma referência mundial em ciência e tecnologia aplicadas ao agronegócio. Formado em 1954 pela Universidade Federal de Viçosa, Alves foi um dos grandes responsáveis pela criação da Embrapa, onde atuou como diretor-presidente até 1985. Ele desempenhou um papel crucial na formulação de políticas agrícolas e no desenvolvimento institucional do setor. Suas contribuições não se limitaram ao Brasil. Ao longo de sua carreira, Eliseu Alves recebeu prêmios internacionais e é reconhecido como um dos grandes líderes da pesquisa agropecuária global.
José Aparecido Ribeiro
Pioneiro na introdução da soja no Mato Grosso, José Aparecido Ribeiro foi responsável por uma das maiores revoluções agrícolas no Brasil. Em 1966, ele iniciou o plantio de arroz e soja na Fazenda Mutum, o que levou à migração de produtores gaúchos para a região e transformou o Mato Grosso em um dos maiores polos de produção de soja no mundo. Sua visão e perseverança foram essenciais para o sucesso da expansão agrícola no Brasil central.
Edson Lobato
Edson Lobato dedicou 39 anos de sua vida à Embrapa Cerrados, onde trabalhou para tornar o solo do Cerrado produtivo. Inicialmente considerado inadequado para a agricultura, o Cerrado brasileiro passou a ser uma das regiões agrícolas mais importantes do país, graças aos estudos de Lobato sobre correção do solo e nutrição das plantas. Em reconhecimento ao seu trabalho, ele foi agraciado com o World Food Prize, equivalente ao Nobel da Agricultura, por sua contribuição para o aumento da produção de alimentos no mundo.
Alcides Carvalho
Alcides Carvalho dedicou 52 anos ao estudo do café no Brasil, desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento de cultivares adaptados às diferentes regiões do país. Seu trabalho começou em 1935, no Instituto Agronômico de Campinas, e seus estudos sobre genética e reprodução do cafeeiro resultaram em praticamente todas as variedades plantadas hoje no Brasil. Graças a ele, o Brasil continua sendo um dos maiores produtores e exportadores de café do mundo.
Johanna Döbereiner
A cientista tcheca Johanna Döbereiner chegou ao Brasil em 1951 e revolucionou o estudo da fixação biológica de nitrogênio (FBN). Sua pesquisa permitiu uma enorme economia em fertilizantes nitrogenados e contribuiu diretamente para o aumento da produtividade de culturas como a soja e a cana-de-açúcar. Indicada ao Prêmio Nobel de Química em 1997, Johanna deixou um legado que continua a impactar o agronegócio brasileiro até os dias de hoje.
Rubico Carvalho
Rubens Andrade de Carvalho, conhecido como Rubico Carvalho, é um dos nomes mais importantes da pecuária de corte no Brasil. Ele foi responsável pelo aprimoramento da raça nelore e pela introdução da raça brahman no país, impulsionando a pecuária brasileira a níveis internacionais. Rubico consolidou a seleção Brumado, uma das mais respeitadas, e ajudou a modernizar a pecuária de corte no Brasil.
Celso Garcia Cid
Pioneiro na pecuária zebuína, Celso Garcia Cid também se destacou como empresário e pecuarista no norte do Paraná. Além de sua contribuição para o desenvolvimento da pecuária com a raça zebu, Celso foi inovador em diversas áreas, fundando a Viação Garcia e transformando-se em um ícone da pecuária e do empreendedorismo.
Maurílio Biagi
Maurílio Biagi foi um dos principais responsáveis pela implementação do Proálcool, programa que revolucionou o setor de biocombustíveis no Brasil. Ao incentivar a produção de álcool a partir da cana-de-açúcar, Biagi ajudou a transformar o Brasil em uma referência mundial na produção de energia limpa e renovável.
Alysson Paolinelli
Alysson Paolinelli teve uma carreira brilhante, sendo um dos principais responsáveis pela modernização da agricultura brasileira. Durante seu mandato como ministro da Agricultura, ele promoveu a ocupação do Cerrado e expandiu a atuação da Embrapa. Em 2006, foi condecorado com o World Food Prize, conhecido como um prêmio Nobel da Agricultura, um reconhecimento internacional por suas contribuições para a segurança alimentar global.
O Legado da Embrapa
A Embrapa foi essencial para o desenvolvimento do agronegócio no Brasil. Com foco em pesquisa e inovação, a empresa foi a responsável por grande parte das descobertas que permitiram o aumento da produtividade e da sustentabilidade no campo. Muitos dos pioneiros mencionados passaram pela Embrapa ou tiveram suas pesquisas fomentadas pela instituição, que continua sendo uma peça-chave para o crescimento do agro brasileiro.
O agronegócio brasileiro é gigantesco e continua a se expandir. Esses nomes são apenas alguns dos responsáveis por essa transformação, mas muitos outros contribuíram e continuam a contribuir para o sucesso do setor. O agro é, sem dúvida, uma das maiores forças econômicas do Brasil e continuará a desempenhar um papel crucial na alimentação do mundo.