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Brasil bate recordes na produção e consumo de ovos e mira um 2025 de crescimento sustentável

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O setor de avicultura de postura do Brasil fechou 2024 com resultados históricos, consolidando avanços expressivos tanto na produção quanto no consumo de ovos. Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as granjas brasileiras produziram cerca de 57,6 bilhões de ovos ao longo do ano, um crescimento de 9,8% em relação aos 52,448 bilhões registrados em 2023. Este volume corresponde a uma impressionante média de 1,8 mil ovos produzidos a cada segundo no país.  A estimativa para 2025 é aumentar a produção em 2,4%, podendo atingir 59 bilhões de unidades.

O crescimento na produção foi impulsionado pelo aumento do consumo de ovos no país, que também atingiu um recorde. Cada brasileiro consumiu, em média, 269 unidades durante 2024, um incremento de 27 ovos em relação a 2023, quando o índice ficou em 242 ovos per capita. Este aumento reflete não apenas a maior adesão do consumidor à proteína de origem avícola, mas também o equilíbrio entre oferta e demanda, favorecido pela queda nos custos das matérias-primas ao longo do ano. “Em 2024, tivemos um ano repleto de conquistas, especialmente no incremento do consumo de ovos aqui no Brasil. Nossa expectativa era de que seria um ano de grande produção, mas também havia uma preocupação com um certo desequilíbrio entre oferta e consumo. Felizmente, chegamos ao fim do ano com um equilíbrio de mercado e rentabilidade. Acredito que a queda nos preços de matéria-prima tenha favorecido esse contexto”, analisa Edival Veras, presidente do Instituto Ovos Brasil (IOB), vice-presidente da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe) e conselheiro da ABPA.

As expectativas para 2025 continuam otimistas, com projeções indicando um consumo ainda maior. A estimativa é de que cada brasileiro consuma até 272 ovos, resultado que deverá ser sustentado pelos alojamentos planejados em 2024 e pelo fortalecimento da demanda por alimentos saudáveis e acessíveis no mercado interno. “Sabemos que o consumo no Brasil pode crescer ainda mais, contudo já estamos com um consumo médio superior à média mundial. Precisamos, sim, crescer, mas de forma coerente com a demanda do consumidor”, pontua o presidente do IOB.

Exportações seguem inferiores a 1%

As exportações brasileiras de ovos ainda representam percentuais baixos, inferiores a 1% da produção total. Desses, dois terços correspondem a ovos in natura, enquanto um terço é composto por ovos industrializados. Apesar da excelente qualidade e do status sanitário de destaque internacional, Veras aponta que não há expectativas de melhorias significativas a curto prazo nesse segmento.

Em 2024, o setor enfrentou uma retração bastante expressiva nas exportações. O volume exportado caiu 29,1%, passando de 25,404 toneladas para 18 mil toneladas. Apesar do cenário adverso, alguns mercados apresentaram crescimento expressivo. O Chile se consolidou como o principal destino dos ovos brasileiros, respondendo por 41% do volume exportado nos primeiros 11 meses de 2024, o que representa um aumento de 158% quando comparado ao mesmo período de 2023.

Outros mercados relevantes, como os Estados Unidos e os Emirados Árabes, também tiveram altas significativas até novembro do ano passado, com aumento dos embarques de 84% e 123,5%, respectivamente. Por outro lado, mercados como o Japão e a União Europeia registraram quedas acentuadas, de 86,7% e 28,2%, respectivamente, evidenciando uma redistribuição geográfica das exportações brasileiras de ovos.

Variação nos preços dos ovos no mercado interno

Os preços dos ovos comerciais no mercado interno registraram uma queda significativa em relação a 2023, reflexo da maior oferta e da leve redução nos custos de produção. Com variação conforme a região e o tipo de ovo, os preços médios da caixa com 30 dúzias alternaram ao longo de 2024 entre R$ 125,11 e R$ 177,61, de acordo com os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Conforme os mercados se ajustam entre oferta e consumo, Veras avalia o cenário de 2024 como razoável para os produtores e excelente para os consumidores, que se beneficiaram com os preços mais baixos.

Custos de produção

Os principais custos do setor de postura comercial incluem matérias-primas como milho e soja, além de gastos com mão de obra, equipamentos, embalagens e logística. Segundo Veras, o setor busca constantemente aumentar a eficiência em termos de qualidade e redução de custos, contudo, os reajustes de preços são frequentes, impulsionados por fatores como inflação e flutuações do dólar. “Acredito que as questões logísticas representem as maiores oportunidades de melhoria em 2025, já que nossos custos nesse setor ainda são elevados”, ressalta.

Desafios e oportunidades em 2025

De acordo com o presidente do IOB, um dos principais desafios do setor segue sendo garantir a continuidade do crescimento do consumo no mercado interno. “Recentemente, o IOB realizou uma pesquisa para entender melhor o comportamento do consumidor, e conseguimos identificar boas oportunidades para aumentar o consumo. No entanto, será necessário intensificar os esforços, por meio de campanhas mais abrangentes, para estimular o consumo do ovo”, destaca Veras.

Ele também enfatiza que o IOB conta com uma diretoria atuante, um conselho que agrega valor e um crescimento significativo no número de associados, com abrangência dos principais estados produtores. “Temos muitas iniciativas que contribuem para a melhor organização do setor produtivo, estimulando a produção legalizada e aproximando o produtor para aumentar ainda mais os cuidados sanitários. Buscamos fazer o melhor na área de esclarecimento ao consumidor e aos profissionais de saúde, divulgando todos os benefícios de consumir diariamente o ovo”, salienta.

Fonte: O Presente Rural

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