Mesmo com o varejo e o atacado pressionados, as exportações carne bovina mantêm ritmo forte e ajudam a sustentar os preços da arroba no Brasil.
Segundo a Agrifatto, as escalas de abate continuam curtas. Atualmente, a média nacional é de apenas sete dias úteis. Essa combinação de oferta restrita e exportações carne bovina aquecidas traz alívio para os pecuaristas.
Oferta controlada e preços estáveis
A retração nas compras de frigoríficos mantém os abates enxutos. Além disso, os embarques de carne bovina seguem acelerados, reforçando a tendência de estabilidade ou até de pequenos reajustes nos preços da arroba.
No dia 18 de junho, o boi paulista ficou em R$ 320/@. Já nas demais 16 regiões monitoradas, a média alcançou R$ 298,75/@.
Segundo a Agrifatto, oito praças apresentaram alta, incluindo AL, BA, ES, MT, PA, RJ, RS e TO. Nas demais regiões, os preços permaneceram estáveis.
Mercado interno ainda lento
No mercado doméstico, o cenário é diferente. O varejo está abastecido e evita novas compras. O atacado também sente a pressão, com baixa saída e devoluções.
A Scot Consultoria apontou o boi comum a R$ 315/@ em São Paulo. Já o “boi-China” segue cotado a R$ 320/@.
Exportações carne bovina seguem em ritmo forte
No acumulado de janeiro a maio de 2025, o Brasil embarcou 1,4 milhão de toneladas de carne bovina in natura. Isso representa aumento de 10,9% frente ao mesmo período de 2024.
Em 2024, o setor já havia alcançado recorde de 3,5 milhões de toneladas. A expectativa para o segundo semestre de 2025 é de demanda externa ainda mais aquecida.
Pedro Gonçalves, da Scot Consultoria, destaca que as exportações carne bovina representaram 35,4% da produção nacional no primeiro trimestre. Em setembro de 2024, essa participação chegou a 41,6%.
China desacelera compras
Apesar do cenário positivo, a China reduziu o ritmo de compras. A alta recente no preço da arroba brasileira aumentou a cautela dos importadores chineses.
O preço do dianteiro bovino recuou US$ 100 por tonelada. Agora, o produto é negociado entre US$ 5.800 e US$ 5.900.
Para as próximas semanas, a Agrifatto prevê um mercado mais lateralizado ou até com leve pressão negativa, principalmente nas exportações para a China.
