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Brasil vê oportunidades com adiamento da lei antidesmatamento da UE

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Oportunidade para pecuária brasileira

Nesta quarta-feira (9), a Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável (MBPS) promoveu um encontro virtual, o primeiro de uma série, para discutir os desafios enfrentados pela cadeia da pecuária diante da futura implementação da lei europeia antidesmatamento.

O debate, intitulado “Diálogo Inclusivo – Desafios da cadeia de valor da pecuária para atender ao EUDR”, reuniu representantes do setor para buscar soluções inovadoras e compreender melhor como o setor pecuário brasileiro pode se adequar às exigências do regulamento europeu.

O evento contou com a presença de Lisandro Inakake, do Imaflora e vice-presidente da MBPS, Alexander Rose, diretor do Diálogo Agropolítico Brasil-Alemanha (APD), Bruno Leite, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), José Pádua, gerente técnico do Sistema Famasul, e Leonel Almeida, gerente de sustentabilidade da Marfrig.

“O Diálogo Inclusivo atingiu seus objetivos ao lançar um ciclo de debates que conduzirá o setor nos próximos dois anos, discutindo a pecuária sustentável e os desafios operacionais enfrentados por governo e produtores”, afirmou Inakake.

Oportunidade para o Brasil

A Regulamentação Antidesmatamento da União Europeia (EUDR) foi adiada para 30 de dezembro de 2025, para grandes empresas, e 30 de junho de 2026, para micro e pequenas. Esse adiamento, anunciado pela Comissão Europeia, é visto como positivo pelos participantes do encontro, pois permitirá que os exportadores, especialmente os pequenos produtores, tenham mais tempo para se adequar às novas regras.

Alexander Rose destacou que a norma apresenta desafios operacionais e riscos críticos, incluindo falta de clareza sobre a documentação necessária e o papel dos governos nacionais na aplicação da lei.

Divergências no setor

José Pádua, da Famasul, expressou preocupação com a norma, afirmando que ela pode comprometer a soberania nacional. “A regra europeia é bem-intencionada, mas fere a autonomia do Brasil, se sobrepondo às nossas leis.”

Por outro lado, Bruno Leite, do Mapa, vê a norma como uma oportunidade para o Brasil. “Com nosso sistema ambiental robusto e a experiência no monitoramento do desmatamento, podemos nos destacar no mercado global.”

Leonel Almeida, da Marfrig, reforçou que a maioria da cadeia produtiva brasileira já está adequada aos requisitos da EUDR, faltando apenas melhorias no controle dos fornecedores indiretos.

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