Mesmo com uma discreta recuperação no escoamento de estoques, o cenário da arroba em baixa continua a preocupar os pecuaristas. De acordo com a Agrifatto, as cotações do boi gordo seguem pressionadas, com frigoríficos adotando postura cautelosa e compras cadenciadas, estratégia que visa manter os preços mais baixos.
Nesta segunda-feira (27), a arroba permaneceu estável nas principais praças, como São Paulo, onde o boi comum foi negociado a R$ 305 e o boi-China a R$ 315. Porém, na sexta anterior, seis das 17 praças monitoradas registraram queda nos preços da arroba em baixa, incluindo Acre, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Nas regiões Norte do país, a alta oferta de fêmeas gordas continua pressionando o mercado. Já nos estados centrais, como São Paulo e Goiás, a escassez de fêmeas mantém certa estabilidade, com os produtores tendo maior controle sobre a oferta.
Carne com osso tem leve melhora no escoamento
A semana começou com aumento pontual na reposição de estoques por parte do varejo. Segundo a Agrifatto, a atividade nos centros de distribuição é considerada mediana, com expectativa de melhora a partir de quarta-feira (28), impulsionada pelo fechamento do ciclo do cartão de crédito e pagamento de servidores públicos.
Por enquanto, o consumo se concentra nas peças do dianteiro, enquanto cortes como a ponta de agulha seguem com baixa liquidez, sinalizando que o consumidor está com o orçamento apertado.
Indicadores da arroba em baixa na semana
O indicador Cepea (praça SP) fechou a semana passada com queda de 1,55%, a R$ 303,37/@. Já o Agrifatto marcou R$ 306,74/@ (-1,41%), e o Datagro ficou em R$ 305,25/@, com recuo de 1,24%. O bezerro também sofreu pressão, com recuo de 0,29%, cotado a R$ 2.921 por cabeça.
Mercado futuro sinaliza otimismo
Na B3, os contratos futuros do boi gordo apontaram reação. Junho subiu 1,53% (R$ 311,25/@), julho avançou 1,42% (R$ 321,10/@) e agosto teve alta de 1,20%, fechando em R$ 324,65/@. O otimismo é atribuído ao movimento especulativo e à expectativa de demanda mais aquecida no segundo semestre.
Insumos em queda e dólar em leve alta
O milho fechou a semana com média de R$ 71,93 por saca, queda de 2,01%. O farelo de soja caiu 2,63%, cotado a R$ 1.764,78/tonelada. Já o dólar teve leve alta semanal de 0,18%, ficando em R$ 5,66.