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Boi gordo ultrapassa R$ 300 e pressiona mercado

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Boi gordo supera marca de R$ 300, impulsionado pela baixa oferta e exportações

O Indicador do boi gordo CEPEA/B3 registrou R$ 300,30 nesta quarta-feira, 16, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). A última vez que o valor havia alcançado esse patamar foi em fevereiro de 2023. Esse avanço reflete a oferta reduzida de animais para abate e as exportações aquecidas, em meio a uma oferta mundial restrita.

As vendas no mercado interno, no entanto, mostram sinais de enfraquecimento, com os preços no atacado ainda firmes devido à oferta limitada. Apesar da valorização da carne, as margens dos frigoríficos estão reduzidas.

Alta nos preços surpreende analistas do setor

De acordo com o Cepea, as últimas semanas marcaram uma reviravolta no ciclo pecuário brasileiro, com a carne e o boi gordo atingindo preços mais altos que o esperado. A surpresa está na intensidade e na duração dessas altas, impactando diretamente a indústria frigorífica.

Os contratos futuros na B3, por exemplo, surpreenderam. Em agosto, o contrato para outubro/24 era negociado a R$ 241, mas atingiu R$ 308,65 nesta semana. No mercado físico, a alta foi de 29%, levando o boi gordo de R$ 233 para R$ 300 no estado de São Paulo.

A valorização da arroba e da carne

Nos últimos dois meses, o preço da carne com osso também subiu 28,1%, chegando a R$ 21,01/kg no atacado de São Paulo. Até o dia 16, o boi gordo em São Paulo acumulou aumento de 14,4%, com a arroba média em R$ 292,19. Já a carcaça bovina casada teve acréscimo de 11,7%, com o quilo em R$ 20,05.

A diferença entre o preço da carne e a arroba do boi diminuiu, reduzindo a margem dos frigoríficos. No início de outubro, a diferença média foi de 8,10 reais, enquanto em setembro essa diferença era de 15,19 reais.

Estratégias para lidar com a alta do Boi Gordo

Frigoríficos têm resistido ao repasse de cotações maiores aos pecuaristas. Algumas estratégias incluem a compra de animais em regiões mais afastadas, abate de fêmeas para atender o mercado chinês e a entrada de lotes negociados antecipadamente.

Mesmo assim, a oferta limitada de bois prontos para abate tem prevalecido, pressionando os preços em diversas regiões monitoradas pelo Cepea. Em São Paulo, as negociações variaram entre R$ 294 e R$ 312, com um aumento de 9,5% no indicador de outubro.

Expansão de negócios em outras regiões

Nos estados do Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás, os negócios também superaram a marca de R$ 290, com registros chegando a R$ 300 em algumas localidades. A carcaça casada bovina com osso no atacado paulista acumulou aumento de 12,4%, com média de R$ 21,01/kg.

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