O Brasil poderá conquistar novos espaços no mercado chinês com produtos como pescados e DDG, subproduto do etanol de milho. A expectativa foi divulgada pelo Ministério da Agricultura, que vê com otimismo o avanço das negociações com autoridades chinesas.
A vice-ministra da Alfândega da China, Lyu Weihong, participará de reunião em Brasília. Entre os temas, estão a habilitação de frigoríficos brasileiros e a abertura comercial para novos itens de origem agropecuária.
Negociações incluem soja, carnes e produtos industrializados
Além de pescados e DDG, o Brasil aposta na soja e nas carnes suína, bovina e de frango como produtos com alto potencial de exportação para o país asiático.
Segundo o secretário Luis Rua, as tarifas aplicadas pelos EUA à China abriram espaço para o Brasil crescer nas exportações. O país já lidera em carne bovina e vê oportunidade para ampliar sua fatia com as novas condições de mercado.
“Temos uma oferta estável, grandes safras e um histórico de confiança com os chineses”, afirmou Rua. Ele acredita que o país pode atender à demanda crescente por segurança alimentar e qualidade sanitária.
Brasil reforça posição estratégica e diplomática
Com a saída dos EUA de parte do mercado chinês, o Brasil se posiciona como fornecedor confiável. A diplomacia brasileira aposta na neutralidade para garantir acordos comerciais duradouros.
Rua afirmou que a relação com a China está madura e transparente. O governo brasileiro negocia a implementação da certificação eletrônica, o que deve agilizar os trâmites e aumentar a competitividade dos produtos nacionais.
Missões comerciais e presença em feiras na China
O ministro Carlos Fávaro liderará uma missão à China em maio. Empresários de sete setores exportadores também participarão de eventos e feiras, como a Sial, com objetivo de fortalecer a imagem do Brasil como fornecedor de alimentos de qualidade.
Produtos como café, carne bovina, suco de laranja e açúcar seguem entre os principais exportados. Mesmo com tarifas impostas pelos EUA, o Brasil mantém a expectativa de expansão no comércio global.
Impactos de tarifas dos EUA ainda são incertos
O Ministério da Agricultura segue monitorando os efeitos das tarifas de 10% aplicadas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros desde o início de abril. Até agora, não houve manifestações de preocupação dos setores exportadores.
O governo acredita que o Brasil pode converter esses desafios em novas oportunidades, principalmente no comércio com a China e outros parceiros internacionais.