Com a aproximação do Ano Novo Chinês, as negociações entre exportadores de carne bovina do Brasil e importadores do país asiático entraram em compasso de espera, relata a Agrifatto.
“O mercado no gigante asiático está mais ‘adormecido’, com queda expressiva no volume de negócios realizados”, ressalta a consultoria.
A data do Ano Novo Chinês varia a cada ano, pois é baseada no calendário lunar, que geralmente cai entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro no calendário gregoriano.
Neste ano, será festejado em 29 de janeiro, marcando o início do Ano da Serpente.
Disparado o maior cliente do Brasil, a China importou 1,32 milhão de toneladas de carne bovina in natura do Brasil em 2024, 10,59% a mais que o registrado em 2023.
Em dezembro/24, os chineses adquiriram 113,94 mil toneladas da proteína bovina, 7,37% a menos que o resultado obtido em novembro/24 e o menor volume dos últimos quatro meses, de acordo com a Agrifatto.
Apesar da redução no comparativo mensal (dezembro/24 versus novembro/24), a receita obtida em reais com a venda de proteína bovina para os chineses atingiu R$ 3,44 bilhões no último mês de 2024, faturamento 1,7% acima do registrado em novembro/24. “Este resultado só foi conquistado por conta da elevação de 5,31% do dólar”, justifica a Agrifatto.
Briga pelos melhores preços
Com a China em período de comemoração, o dianteiro bovino brasileiro destinado ao país asiático segue cotado a US$ 4.800/tonelada. “Este patamar de preço deixa de ser atrativo para alguns exportadores brasileiros”, observa a Agrifatto.
No entanto, diz a consultoria, com os estoques bem abastecidos, o consumo lento e a desvalorização do yuan, os importadores chineses devem esperar o fim do Ano Novo para estabelecer como será a nova diretriz de compras de carne bovina do Brasil.
A Agrifatto relembra que, após atingir um preço médio nas exportações brasileiras de US$ 4,40 mil/toneladas em agosto/24, os valores da carne bovina in natura (considerando todos os países compradores) subiram quase 15% de lá para cá, ultrapassando US$ 5,00 mil/toneladas nas últimas semanas.
No entanto, diz a Agrifatto, a recuperação no preço da proteína exportada demonstra sinais de desaceleração. “Essa mudança acompanha a moderação dos preços dos negócios fechados desde o final de novembro/24”, diz a consultoria.
Segundo os analistas da Agrifatto, os dados recentes sugerem que esse avanço está perdendo força, indicando que os importadores mundiais da carne brasileira estão começando a “refugar” diante da tonelada exportada de US$ 5.000/toneladas.
Nos primeiros dias de janeiro/25, o Brasil exportou 112,73 mil toneladas de carne bovina para o mundo, gerando uma receita de US$ 568,2 milhões, com o preço médio de US$ 5,04 mil/tonelada, informa a Agrifatto, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Fonte: PortalDBO