As exportações China seguem impulsionando o agronegócio brasileiro, mas especialistas já soam o alerta sobre riscos de dependência. Em 2024, a China liderou a compra de soja, carne bovina e algodão, consolidando-se como maior destino dos produtos agropecuários do Brasil. Só em soja em grão, os chineses responderam por 73,4% do volume exportado, gerando mais de US$ 31,5 bilhões em receita.
O complexo soja, incluindo farelo e óleo, movimentou mais de US$ 60 bilhões, ocupando o topo da pauta exportadora nacional. A commodity sozinha representou 15% de todas as exportações brasileiras no ano, ultrapassando petróleo e minério de ferro.
Exportações China também lideram em carne e algodão
Além da soja, as exportações China ganharam força em outras cadeias. A carne bovina brasileira teve 59% de sua produção destinada ao país asiático, que também foi responsável por 19% da carne suína e 10% da carne de frango exportadas. Já no algodão, o Brasil ultrapassou os EUA como maior exportador, com a China adquirindo um terço do volume comercializado.
Mesmo com crescimento expressivo, a dependência em relação à China preocupa. O país asiático também é um dos principais fornecedores de insumos agrícolas. Em 2024, exportou US$ 2,1 bilhões em fertilizantes ao Brasil, além de dominar o fornecimento de defensivos como glufosinato, glifosato e acefato.
Especialistas pedem diversificação e autonomia
Para Felipe Jordy, da Biond Agro, é essencial reduzir a dependência excessiva. “A China é parceira fundamental, mas precisamos buscar novos mercados e fornecedores de insumos. A autonomia estratégica é vital para a segurança do setor”, afirma.
Com tensões geopolíticas e mudanças no comércio internacional, o alerta se intensifica. Embora as exportações China tragam benefícios imediatos, o agro brasileiro precisa se preparar para manter a resiliência e garantir a sustentabilidade no longo prazo.