A disputa comercial entre EUA China ganhou novos capítulos. Após a imposição de tarifas pelos Estados Unidos, a China reagiu com taxas ainda mais altas sobre carnes norte-americanas.
Segundo a USMEF, associação de exportadores de carne, a tarifa total sobre a carne suína dos EUA chegou a 81%. Já a carne bovina agora enfrenta taxa de 56%. Essas elevações combinam tarifas anteriores com o novo aumento de 34% anunciado por Pequim.
Exportações americanas sob forte impacto
De acordo com Dan Halstrom, CEO da USMEF, a carne bovina dos EUA já enfrentava entraves relacionados à habilitação de frigoríficos. Com as novas tarifas, a competitividade se reduz ainda mais.
As tarifas sobre a carne suína dos EUA, que já eram elevadas, ficaram “imensas”, segundo Halstrom. Isso poderá impactar fortemente as exportações e os embarques do setor.
Ainda assim, a USMEF acredita que novas rodadas de negociação entre EUA China podem ocorrer para resolver os impasses comerciais.
China reduz compras, e Brasil avança
No ano passado, a China foi destino de 15% das exportações de carne suína dos EUA e respondeu por 13% da receita. No caso da carne bovina, o país representou 14% do volume exportado e 15% da receita.
Contudo, os embarques dos EUA para a China caíram em 2023. Hoje, o México ocupa o primeiro lugar entre os importadores agrícolas norte-americanos, seguido pelo Canadá.
Um dos motivos para a queda da China foi a guerra comercial iniciada em 2018. Com isso, países como o Brasil ganharam espaço, ampliando sua fatia nas exportações para o gigante asiático.
Economistas: Brasil pode sair ganhando
Uma pesquisa recente com economistas agrícolas dos EUA revelou que 92% acreditam que já vivemos uma nova guerra comercial. Contudo, 69% afirmam que o impacto desta será menor do que a anterior, de 2018 a 2020.
A maioria dos entrevistados afirmou que, em uma nova guerra comercial, o grande vencedor não será os EUA, mas sim o Brasil ou a própria China.