A Polícia Científica do Paraná (PCP) concluiu a análise de abelhas encontradas mortas no interior do Estado, em março deste ano. A investigação identificou o uso irregular do agrotóxico Fipronil, proibido desde 2023 no Brasil.
O agrotóxico, utilizado para pulverização foliar e no solo, representa grande risco para abelhas, comprometendo sua orientação e movimentos. A exposição ao produto pode causar a morte das abelhas em até oito dias.
A identificação do Fipronil foi possível graças a novos equipamentos adquiridos pela Polícia Científica, que investiu em tecnologia de ponta. “A perícia exigiu o desenvolvimento de um novo método de extração, por ser uma análise inédita em nossa seção,” explicou a perita Isabella Melo.
Inovação e Tecnologia
Com o projeto AgroForense, lançado recentemente, a PCP pretende ampliar o escopo de substâncias analisadas até 2025. “Estamos investindo R$ 9 milhões em novos equipamentos, o que permitirá maior eficiência nas investigações de crimes ambientais,” acrescentou Melo.
A identificação do Fipronil foi destaque no XXVII Congresso de Criminalística, realizado em São Luiz, Maranhão, onde foi apresentado um estudo feito em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR).
As abelhas são essenciais para a polinização de 75% das culturas agrícolas e 90% das plantas floríferas. O uso irregular de agrotóxicos pode comprometer significativamente a biodiversidade e a agricultura.
Reforço e Investimentos
Além de novos equipamentos, a Polícia Científica do Paraná ampliou sua equipe com 16 novos técnicos de perícia, e, em 2023, reforçou suas operações com mais 76 servidores. Esses investimentos fazem parte da reestruturação da PCP, que também incluiu melhorias salariais para seus profissionais, tornando-a uma das carreiras mais bem remuneradas do país.