O mercado de logística se destaca na agropecuária brasileira diante da estimativa de uma safra recorde de 322,53 milhões de toneladas para 2024/25. Esse aumento de 8,2% em relação ao ciclo anterior exige melhorias na infraestrutura de transporte e nos processos de escoamento, conforme análise do Boletim Logístico da Conab divulgado nesta sexta-feira (22).
O avanço da semeadura, favorecido por condições climáticas positivas, beneficia principalmente as culturas de soja e milho. Contudo, a logística é essencial para que essa produção chegue ao mercado internacional. Os portos brasileiros, especialmente os do Arco Norte, têm papel estratégico nesse cenário. Em outubro de 2024, esses portos responderam por 35,1% das exportações de grãos, superando o desempenho de 2023.
Exportações e o papel do transporte
Com a alta na produção, o escoamento enfrenta desafios adicionais. As exportações de soja acumulam 94,2 milhões de toneladas de janeiro a outubro, mesmo com queda de 22,9% em outubro ante o mês anterior. Já o milho, afetado pela redução de 34,1% na safra 2023/24, traz menor demanda por transporte no curto prazo.
A movimentação de fertilizantes, essencial para a agricultura, também cresce. Em outubro, foram importados 4,9 milhões de toneladas, alta de 5,9% em relação ao mês anterior. Isso reflete a dependência brasileira por insumos importados, exigindo estratégias logísticas eficientes para manter o abastecimento.
Preços do frete e os desafios regionais
O Boletim da Conab apontou variações nos preços dos fretes em outubro. Estados como Goiás, Bahia e Minas Gerais registraram alta nos valores, impulsionada pela demanda por exportações e importações. Em contrapartida, no Paraná e Piauí, houve redução devido à baixa procura por grãos.
Para garantir a competitividade, a ampliação da infraestrutura portuária e a integração entre os modais de transporte são prioridades. O Brasil, como líder mundial em exportação de commodities, precisa de um sistema logístico que acompanhe o ritmo do crescimento do setor agropecuário.
