A seca nas áreas produtoras de gado dos Estados Unidos continua atrasando os planos dos fazendeiros de expandir a produção de carne bovina. O rebanho bovino americano encolheu para o menor nível em sete décadas, o que tem causado preocupações no setor.
Fazendeiros e analistas indicam que a oferta restrita de gado está pressionando tanto os frigoríficos, como a Tyson Foods, quanto os consumidores, que enfrentam preços elevados da carne bovina. A expectativa era de que as chuvas permitissem a reconstrução dos rebanhos em 2024, após anos de seca severa. No entanto, as chuvas não foram suficientes e, ao contrário, a seca se intensificou nos últimos dois meses.
No final de outubro, 62% do rebanho estava em áreas afetadas pela seca, o maior índice desde dezembro de 2022, segundo o U.S. Drought Monitor. Isso impactou negativamente as pastagens e fez com que o gado fosse enviado para abate mais cedo. Em estados como Nebraska, a seca deixou pastagens ressecadas e aumentou os custos com alimentação e cuidados com o gado.
Impacto da seca no futuro da produção de carne bovina
Fazendeiros como Chad Engle, de Nebraska, tiveram que abater mais gado do que o habitual devido às condições desfavoráveis. “Tínhamos planos de expandir nosso rebanho, mas não podemos fazer isso em meio a uma seca”, afirmou Engle, explicando que a falta de pasto e os altos preços dificultaram os planos de expansão do rebanho.
Além disso, as altas temperaturas e a escassez de alimentos forçaram a antecipação do confinamento de vacas e novilhas, o que vai retardar a recuperação do rebanho bovino americano nos próximos anos. Analistas apontam que, mesmo com a recuperação das pastagens, a expansão da produção de carne bovina ainda está distante.
Os frigoríficos, como a Tyson, estão enfrentando margens negativas devido à falta de gado disponível para abate. Com a expectativa de mais escassez em 2025, a oferta de carne bovina continuará apertada, pressionando os preços no mercado interno e externo.