Nas cooperativas agrícolas e revendas de insumos, uma nova alternativa de cartão de crédito está ganhando espaço: o E-ctare, criado por uma startup mineira com o mesmo nome. Cartão personalizado para cooperativas agrícolas. Lançado em março deste ano, o cartão é uma solução personalizada para o agronegócio, permitindo que o produtor rural pague suas compras após a colheita, em vez de mensalmente.
“O produtor rural não tem fluxo de caixa mensal. Parcelar em 12 vezes uma compra de R$ 10 milhões não faz sentido, já que ele só terá dinheiro após a colheita”, explica Marcell Salgado, fundador e CEO da E-ctare.
Esse novo modelo de pagamento foi desenvolvido pensando nas particularidades do agronegócio, onde o ciclo de caixa dos produtores é diferente do comércio tradicional. “O sistema de cartões de crédito atual não se adapta ao agronegócio, que demanda soluções específicas”, acrescenta Salgado.
A E-ctare, criada há 10 anos, inicialmente se destacou no mercado com a plataforma E-ctare Pay, oferecendo cartão personalizado para cooperativas agrícolas. Agora, a empresa atua como uma bandeira de cartão, conectando produtores e cooperativas. Entre seus clientes estão a Cotribá, cooperativa mais antiga do Rio Grande do Sul, e a Minasul, cooperativa de café em Minas Gerais.
O diferencial do cartão E-ctare é que ele não só oferece prazos mais adequados ao ciclo do agronegócio, como também reduz as taxas de transação, facilitando o fluxo de caixa das cooperativas e revendas, que enfrentam margens de lucro estreitas.
Além disso, o cartão é customizado para cada cooperativa, permitindo a exclusão de concorrentes diretos do seu uso e garantindo maior segurança nas transações.
Salgado enfatiza que a necessidade de uma bandeira própria surgiu a partir da especificidade do mercado agro, onde limites de crédito mais altos são essenciais. “Um limite de R$ 5 mil é insignificante para as operações de grandes produtores”, exemplifica o CEO.
Atualmente, a E-ctare já emitiu 20 mil cartões e está em um processo de expansão, buscando novos investidores para ampliar sua atuação e atender o crescente mercado do agronegócio.
