As exportações de suco laranja para os Estados Unidos não serão interrompidas, mas ficaram mais caras. O custo adicional pode ultrapassar US$100 milhões por ano.
De acordo com estudo da CitrusBR, o impacto da nova tarifa anunciada pelos EUA se soma aos tributos já existentes. Com isso, o valor total pode chegar a US$200 milhões ao ano.
A estimativa considera a exportação anual de 235,5 mil toneladas de suco laranja. Os EUA são o segundo maior mercado do Brasil, atrás apenas da Europa.
Queda nos preços e mais desafios à frente
A medida foi tomada em um momento desfavorável para o setor. Os preços do suco laranja negociado em Nova York já caíram cerca de 50% desde o fim do ano passado.
Após o anúncio da tarifa, os contratos futuros da bebida recuaram ainda mais, sendo cotados a US$2,58 por libra-peso. No final de 2023, chegaram a superar US$5.
Além disso, o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, destacou que a medida retira até 10% da receita do setor. Mesmo assim, as exportações devem continuar.
“A estrutura de mercado continuará funcionando, mas o impacto será sentido ao longo da cadeia”, afirmou Netto. Cada empresa lidará com os custos de maneira individual.
Concorrência com México e busca por novos mercados
A situação seria ainda pior se o Brasil tivesse recebido uma taxação igual à imposta ao México, segundo maior fornecedor dos EUA. Os mexicanos enfrentaram tarifa de 25%.
Apesar da pressão, as empresas brasileiras seguem abastecendo o mercado americano com qualidade. No entanto, a associação lamentou a decisão do governo dos EUA.
A CitrusBR afirmou que a medida ignora a parceria histórica entre Brasil e indústria da Flórida, que dependem uma da outra para atender à demanda.
Enquanto isso, o setor busca novos destinos. Uma cota com tarifa reduzida foi aberta na Coreia do Sul, e negociações com a Índia estão em andamento.