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Boi gordo: estabilidade nos preços se mantém, mas “fantasma” ressurge nas praças brasileiras

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Com estoques de carne bovina ainda relativamente cheios nas indústrias frigoríficas e no setor atacadista, a tendência para o mercado brasileiro do boi gordo é de maior pressão negativa nos preços da arroba ao longo dos próximos dias, segundo previsões de analistas que acompanham diariamente os setor pecuário.

Confira as cotações dos animais terminados, apurados no dia 10/2 pela Agrifatto; clique AQUI.

A partir desta semana, diz a Agrifatto, “alguns frigoríficos podem começar a testar o mercado físico oferecendo preços de balcão ligeiramente inferiores aos das últimas semanas”.

Historicamente, informa a consultoria, as cotações do boi gordo em fevereiro tendem a ser inferiores aos preços de janeiro.

Além disso, é preciso acompanhar de perto o movimento de abate de fêmeas, um reflexo do processo natural de descarte após o fim da estação de monta, além maior preferência de alguns dos frigoríficos pela compra de lotes desta categoria, geralmente negociados a preços inferiores aos dos machos.

Em janeiro/25, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (10/2) pela Agrifatto, o abate de fêmeas no País superou o registrado no mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Serviço de Inspeção Federal (SIF).

Porém, a entrada do salário nas contas dos trabalhadores brasileiros pode estimular um maior consumo de carne bovina no mercado doméstico, dizem os analistas.

Além disso, os agentes do mercado seguem otimistas em relação à possível retomada de um ritmo mais forte das exportações brasileiras da proteína in natura, após o fim das comemorações do Ano Novo na China.

Por enquanto, a arroba segue estável

Nesta segunda-feira, o boi gordo seguiu valendo R$ 325/@ (média entre o animal “comum” e o tipo-exportação) no mercado paulista, segundo dados da Agrifatto. Nas outras 16 regiões monitoradas pela consultoria, o valor também andou de lado, em R$ 300,95/@, em média.

“Pelo quarto dia seguido, as 17 praças acompanhadas não registraram alterações nas cotações”, ressalta a Agrifatto.

Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, no mercado de São Paulo, o boi gordo “comum” está cotado em R$ 325/@, a vaca gorda em R$ 295/@, a novilha gorda em R$ 312/@ e o “boi-China” em R$ 327/@ (todos os preços são brutos e com prazo). As escalas de abate entre as indústrias paulistas atendem, em média, oito dias, informa a Scot.

No mercado futuro, os contratos do boi recuam

No mercado futuro, a pressão baixista que se instalou no mercado físico na semana passada começou a impactar os contratos futuros, observa a Agrifatto.

A maior parte dos contratos do boi gordo fechou a sexta-feira (7/2) em queda. Os papeis com vencimento em fevereiro e março de 2025 tiveram as maiores baixas, encerrando o pregão da B3 em R$ 319,45/@ e R$ 318,25/@, respectivamente, com retrações diárias de 1,18% e 0,86%, na mesma ordem.

Maior escoamento da carne no fim de semana

Segundo a Agrifatto, o pagamento dos salários de janeiro impulsionou o mercado de carne bovina de forma abrangente. No fim de semana, diz a consultoria, as vendas foram positivas em supermercados, mercados de bairro e açougues, tanto na capital paulista quanto no interior do Estado e também na região nordeste do País.

“Acompanhando essa tendência, as distribuições de carne com ossos no atacado, realizadas na sexta-feira, no sábado e até a madrugada de segunda-feira, foram expressivas”, afirma a Agrifatto, acrescentando: “Esse movimento gerou um volume significativo de pedidos para reposição dos estoques no varejo”.

Exportações em fev/25 podem avançar

Sazonalmente, diz a Agrifatto, as exportações brasileiras de carne bovina in natura costumam ser mais “fracas” durante o mês de janeiro. Nos últimos 10 anos, calcula a consultoria, a média de expansão entre janeiro e fevereiro foi de 2,9%.

“Assim, apesar das quedas recentes, espera-se um possível avanço no volume exportado em fevereiro/25”, ressalta a consultoria.

No entanto, diz a Agrifatto, é preciso ficar atento ao desempenho do preço do boi gordo na China, já que, atualmente, as cotações locais estão em patamares baixos e tem freado as importações do país asiático.

Em janeiro/25, os embarques brasileiros de carne bovina in natura totalizaram 180,47 mil toneladas, o menor volume desde mar/24 (166,28 mil toneladas), informa a Agrifatto, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Porém, o preço médio pago da carne bovina exportada registrou o sexta valorização mensal (+1,54%), encerrando janeiro/25 a US$ 5.029/tonelada, o maior patamar dos últimos 18 meses, e uma alta significativa de 11,18% no comparativo anual (jan/24/US$ 4.523/t), destaca a Agrifatto.

A China manteve a liderança no ranking de importadores em janeiro/25, importando 91,18 mil toneladas de carne bovina in natura, mas apresentou um recuo de 19,97% no comparativo mensal (jan/25 versus dez/24).

Segundo a Agrifatto, quando se avalia o resultado dos três principais parceiros comerciais brasileiros em 2024 (China, EUA e Chile), nota-se que eles foram os principais “culpados” pela diminuição das compras em janeiro/25 (sobre o resultado de dez/24), pois, juntos, eles reduziam em mais de 30 mil toneladas as compras feitas do Brasil.

“O desempenho só não foi pior porque alguns países se destacaram e aceleraram de maneira intensa as suas compras”, relata a Agrifatto, que cita como destaque positivo a Argélia, que adquiriu 7,85 mil toneladas de carne bovina in natura do Brasil, expandindo 200% (é preciso, porém, considerar a base baixa do ano passado) em relação ao resultado de dezembro/24, o segundo maior volume adquirido pelo país na história.

A consultoria também aponta o bom desempenho da Itália, que aumentou as compras em 245% (também diante de uma base anual muito baixa) em janeiro/25 (sobre dez/24), importando 4,66 mil toneladas, o maior volume desde maio/2007.

Fonte: PortalDBO

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