Na última sexta-feira (25), o setor de biocombustível foi o tema central do encontro entre o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e o ministro do Comércio da Índia, Shri Jitin Prasada, em São Paulo. Este evento ocorreu durante o B20, grupo de negócios do G20.
Os ministros discutiram a Aliança Global pelos Biocombustíveis, liderada por Brasil, Estados Unidos e Índia. Eles destacaram o potencial dessa colaboração para impulsionar o desenvolvimento sustentável e a transição energética.
Expansão e Sustentabilidade
A aliança abrange 19 países e 12 organizações internacionais, visando promover a produção e o uso sustentável de biocombustíveis. Além disso, está aberta a novas adesões.
A Agência Internacional de Energia aponta que a produção global de biocombustíveis sustentáveis precisa triplicar até 2030. Essa meta é essencial para alcançar emissões líquidas zero até 2050. O aumento do uso de biocombustíveis na aviação e navegação deve expandir ainda mais a demanda por fornecedores.
O programa nacional indiano de biocombustíveis é um exemplo, incluindo a adoção de 20% de etanol na gasolina e o desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração. Atualmente, Brasil e Índia ocupam a segunda e terceira posições em produção de biocombustíveis, atrás apenas dos Estados Unidos.
Os dois países buscam aprimorar a infraestrutura de produção de etanol e biodiesel. Isso aproveita o crescente mercado de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) e o vasto potencial de matérias-primas. Em setembro, Brasil e Índia assinaram uma declaração conjunta para fortalecer a colaboração em energia e mineração.
Compromissos e Padrões Internacionais
Os ministros enfatizaram a importância de estabelecer padrões internacionais, incluindo critérios de sustentabilidade. Isso é fundamental para o Esquema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional (Corsia/Icao). Brasil e Índia concordaram em promover a produção de etanol de diversas fontes, além de intercambiar tecnologias e experiências regulatórias sobre SAF.
Além disso, discutiram setores estratégicos, como tecnologia da informação, saúde e fármacos. Alckmin destacou a Nova Indústria Brasil (NIB) e o momento positivo da economia nacional para atrair investimentos internacionais. Outro ponto abordado foi a possibilidade de expansão do Acordo Mercosul-Índia, assinado em 2004.