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Agricultura regenerativa no Cerrado pode impulsionar economia e sustentabilidade

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A agricultura regenerativa no Cerrado brasileiro pode gerar até US$ 100 bilhões em valor econômico e impulsionar o PIB nacional em US$ 20 bilhões anuais até 2050. A conclusão é de um relatório do Boston Consulting Group (BCG), elaborado em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e outras entidades.

O estudo revela que quase metade da área original do Cerrado já foi convertida para a agricultura, acelerando impactos ambientais, como aumento das queimadas e perda de biodiversidade. Diante desse cenário, especialistas recomendam a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis para equilibrar produção e conservação.

Oportunidades da agricultura regenerativa no Cerrado

O levantamento aponta que 32,3 milhões de hectares no Cerrado têm potencial para práticas regenerativas. Desses, 23,7 milhões podem ser destinados à recuperação de pastagens degradadas, com retorno estimado entre 15% e 22% em até nove anos. Outros 8,6 milhões de hectares podem intensificar práticas sustentáveis, oferecendo um retorno de até 29% em cinco anos.

A agricultura regenerativa também pode trazer ganhos ambientais, como a redução de emissões de carbono, a melhoria da qualidade do solo e a preservação dos recursos hídricos. Além disso, a iniciativa pode beneficiar até 400 mil agricultores, aumentando sua renda e segurança produtiva.

Desafios para a implementação da agricultura regenerativa

Apesar dos benefícios, o relatório destaca desafios para a expansão da agricultura regenerativa no Cerrado. Um dos principais entraves é a resistência dos produtores à mudança, já que muitos estão habituados a práticas convencionais. Pequenos agricultores também enfrentam dificuldades no acesso a crédito e capacitação técnica.

O financiamento da transição é outro obstáculo. A implementação de práticas regenerativas exige investimentos iniciais elevados, enquanto os retornos financeiros demoram a aparecer. Instituições financeiras ainda consideram esse modelo arriscado, o que dificulta o acesso a linhas de crédito acessíveis.

A verificação dos resultados também é um desafio, pois demanda tecnologias avançadas e auditorias frequentes. Para pequenos produtores, os custos e a burocracia podem dificultar a certificação, limitando o acesso a mercados premium e incentivos financeiros.

Com a COP30 no Brasil, especialistas destacam que o momento é ideal para fortalecer políticas públicas e incentivar investimentos no setor. A mobilização pode acelerar a adoção da agricultura regenerativa e transformar o Cerrado em um modelo global de produção sustentável.

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