A oferta de carne bovina no mercado interno brasileiro em outubro de 2024 atingiu seu menor nível desde junho do ano passado, segundo análise da consultoria Agrifatto. Esse cenário é impulsionado pela forte demanda externa, especialmente da China, que “retira” a proteína do mercado nacional e pressiona o valor do boi gordo.
Exportações em alta histórica
O terceiro trimestre de 2024 registrou um recorde histórico de exportação de carne bovina brasileira para o período, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Em outubro, até o dia 29, o Brasil embarcou 236,2 mil toneladas de carne bovina in natura, ficando próximo do recorde de 251,76 mil toneladas, alcançado em setembro de 2024.
Demanda agressiva da China
A China é o maior responsável pelo crescimento das exportações brasileiras de carne bovina nos últimos meses, de acordo com a Agrifatto. Depois de uma queda nas aquisições em agosto, a demanda chinesa aumentou consideravelmente em setembro, levando o país asiático a registrar seu melhor desempenho de compras em 24 meses, com 135,48 mil toneladas adquiridas.
Valorização nos preços
Além de aumentar a demanda, a China também elevou os preços pagos pela carne brasileira. O preço médio passou de US$ 4.409 por tonelada em julho para US$ 4.623 por tonelada em outubro, uma alta de 4,86% em quatro meses. Na última semana, o dianteiro bovino destinado ao mercado chinês foi cotado a US$ 5.200 por tonelada, o maior valor em 16 meses.
Essa valorização também foi notada em reais: o dianteiro bovino para a China chegou a R$ 29,66/kg, o maior preço desde setembro de 2022, quando o boi gordo valia R$ 303/@, patamar próximo ao atual. A Agrifatto destaca que a indústria conseguiu repassar os aumentos de preço do boi gordo para o mercado chinês.
Expectativa para o Ano Novo Chinês
A consultoria ainda observa que o desafio da indústria agora é manter a alta nos preços sem comprometer o volume de exportações, com foco nas vendas do período do Ano Novo Chinês, em dezembro de 2024.