A engenheira agrônoma Mariângela Hungria, com 43 anos de atuação na Embrapa, venceu o Prêmio Mundial da Alimentação de 2025, conhecido como o Nobel da Agricultura. Lotada na Embrapa Soja, em Londrina (PR), ela se destacou pela pesquisa em tratamentos biológicos de sementes e solos.
Pesquisa com impacto direto no campo
No Paraná, Mariângela desenvolveu tecnologias que ajudam plantas a absorver nutrientes com apoio de bactérias do solo. Esses avanços contribuíram para práticas mais sustentáveis no cultivo agrícola.
Além disso, a cientista é professora em cursos de pós-graduação da UEL e UTFPR, fortalecendo a formação de novos profissionais nas áreas de microbiologia e biotecnologia.
Por seu trabalho com insumos biológicos, Mariângela recebeu o Nobel da Agricultura, entregue pela Fundação World Food Prize, nos EUA. A premiação ocorrerá em outubro, na cidade de Des Moines.
Reconhecimento à sustentabilidade e inovação
O prêmio celebra quem amplia a produção e qualidade dos alimentos no mundo. Mariângela defende que produzir mais é importante, mas sempre com sustentabilidade.
“Ao usar biológicos no lugar de fertilizantes químicos, reduzimos custos e impactos ambientais”, afirmou. “A agricultura regenerativa é o caminho”, reforçou.
A governadora de Iowa, Kim Reynolds, elogiou a cientista. “Ela é exemplo de perseverança e inovação. Suas descobertas tornam o Brasil um celeiro mundial.”
Pesquisadora brasileira em destaque internacional
Segundo o comitê do prêmio, o trabalho de Mariângela transformou a sustentabilidade agrícola na América do Sul. Sua dedicação à fixação biológica de nitrogênio trouxe resultados práticos ao produtor rural.
O chefe da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, destacou o impacto da pesquisadora. “Ela traz soluções reais para o campo. É um orgulho para a ciência brasileira.”
A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, celebrou a conquista. “Esse prêmio valoriza a ciência nacional e o protagonismo feminino na pesquisa agropecuária.”
Economia e preservação com ciência
Mariângela pesquisa há décadas como usar microrganismos para substituir fertilizantes químicos. Em 2024, sua tecnologia gerou economia de US$ 25 bilhões ao evitar o uso de adubos nitrogenados.
A inoculação da soja com bactérias é adotada em 85% da área plantada no Brasil. Isso evitou a emissão de 230 milhões de toneladas de CO₂ no último ano.
O reconhecimento com o Nobel da Agricultura reforça a importância da pesquisa brasileira. E mostra que é possível produzir mais, com menos impacto, promovendo segurança alimentar global.