Uma nova auditoria será realizada pelos Estados Unidos no sistema de sanidade pecuária do Brasil, conforme anúncio do Departamento de Agricultura norte-americano. A inspeção, prevista para maio, segue a rotina de vistorias realizadas a cada dois anos, com foco nas exportações de carne bovina.
O procedimento inclui visitas técnicas em frigoríficos habilitados a exportar para os EUA. De acordo com o Ministério da Agricultura, a auditoria não será direcionada a empresas específicas, mas sim ao funcionamento do sistema oficial brasileiro de inspeção.
Inspeções fazem parte de rotina entre os dois países
O secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, destacou que a auditoria é uma prática rotineira, prevista em acordos internacionais. O objetivo é confirmar se o Brasil mantém os padrões exigidos para continuar exportando. Ainda segundo o secretário, as inspeções abrangem tanto a documentação quanto o trabalho de campo em plantas selecionadas.
Ao todo, 55 frigoríficos e armazéns brasileiros estão autorizados a exportar carne aos EUA. Entre eles, estão unidades de grandes empresas como JBS, Minerva, BRF e Marfrig.
Auditorias reforçam confiança no sistema sanitário brasileiro
Segundo a Abiec, associação que representa os exportadores, o Brasil já passou por auditorias semelhantes em 2017, 2019, 2020 e 2022. Em todas as ocasiões, não houve registro de medidas punitivas. O presidente da Abiec, Roberto Perosa, afirmou que a auditoria é técnica, com foco em processos laboratoriais e protocolos de exportação.
Fontes do setor garantem que a auditoria não está ligada a disputas comerciais ou medidas protecionistas dos Estados Unidos. Trata-se de um processo previsto nos acordos entre os dois países, sem relação com tarifas extras ou embargos.
Exportações para os EUA seguem firmes
No último ano, os Estados Unidos foram o segundo maior destino das exportações brasileiras de carne bovina. O Brasil embarcou 229 mil toneladas, faturando US$ 1,35 bilhão. Atualmente, 65 mil toneladas podem entrar no mercado norte-americano sem impostos, dentro de uma cota estabelecida.
Fora dessa cota, a carne brasileira enfrenta uma tarifa de 36,4%, já com os acréscimos aplicados pelos EUA. Mesmo assim, a auditoria ajuda a garantir a continuidade e a confiança no comércio bilateral.
