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Abiec busca avançar em rastreabilidade de carne para União Europeia

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Com novas exigências de rastreabilidade, Abiec busca garantir conformidade para carne destinada à UE.
Novo Projeto de Rastreabilidade de Carne da Abiec Pode Facilitar Exportações

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) está em fase de apresentação de um projeto-piloto à União Europeia (UE), focado em aprimorar a rastreabilidade e monitoramento na cadeia de carne bovina. Esse esforço visa garantir que os bovinos provenientes de fazendas habilitadas estejam em conformidade com as exigências de rastreabilidade desde o nascimento.

A proposta da Abiec prevê o uso das Guias de Trânsito Animal (GTA) para certificar que bovinos até 13 meses, adquiridos para engorda em propriedades autorizadas, sejam considerados aptos para exportação. Isso se baseia no fato de que esses animais jovens geralmente passam por uma única propriedade antes de irem para a fase de engorda, facilitando o monitoramento.

Normas de rastreabilidade e exigências europeias

Hoje, o Brasil adota um protocolo específico de rastreabilidade para exportação de carne bovina à UE, determinado pelo Sistema de Identificação e Certificação da Origem Bovina (Sisbov). Esse sistema exige que os bovinos sejam identificados individualmente e monitorados pelo menos 90 dias antes do abate, além de permanecerem 40 dias na propriedade habilitada antes do envio ao frigorífico.

Contudo, a nova regulamentação antidesmatamento da UE, o EUDR, requer que a rastreabilidade cubra toda a vida do animal. Em evento promovido pelo Imaflora, a coordenadora de rastreabilidade da Abiec, Danielle Schneider, explicou que a parceria com certificadoras é essencial para assegurar a conformidade ambiental de todas as propriedades envolvidas na criação, alinhando-se às normas europeias.

Discussões e perspectivas para o projeto-piloto

Estima-se que existam aproximadamente 1.200 propriedades no Brasil habilitadas para fornecimento de carne à UE, somando um rebanho de 6 milhões de bovinos. Entretanto, nem todos esses animais estão prontos para abate, uma vez que não se enquadram na faixa etária especificada.

Atualmente, o projeto da Abiec está em fase inicial de discussão com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e certificadoras europeias, com testes previstos para 2025, caso a aplicação da EUDR seja adiada, uma tendência considerada positiva pelo setor.

Conforme dados da Serasa Experian, aproximadamente 5% das propriedades habilitadas para exportação à UE não cumpririam as novas exigências, considerando o fator de desmatamento após dezembro de 2020, e o critério de rastreabilidade ainda não foi incluído na avaliação.

A Abiec aponta que a maioria dos animais destinados à UE tem até 13 meses, passando, ao longo de sua vida, por no máximo duas propriedades. Essa estratégia visa demonstrar que o monitoramento de cada bovino atende aos requisitos europeus de rastreabilidade e preservação ambiental.

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