A colheita da soja está elevando os custos do transporte de grãos no Brasil, conforme aponta o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No Piauí, os fretes aumentaram até 39%, enquanto em Mato Grosso, estado líder na produção, a alta chegou a 25%. A concentração da colheita em pouco tempo e a alta demanda por caminhões impulsionaram essa valorização.
Fretes em alta impactam escoamento da safra
No Piauí, a antecipação da colheita elevou o custo do transporte. Já em Mato Grosso, a pressão aumentou devido ao atraso na colheita, causado pelas chuvas de janeiro.
Segundo a Conab, em Sorriso, o frete para Santos (SP) subiu 7%, atingindo R$ 490 por tonelada. Para Paranaguá (PR), a alta foi de 8%, chegando a R$ 460. Em Querência, os aumentos foram ainda mais expressivos: 11% para Santos, 25% para Araguari (MG) e 21% para Colinas (TO).
A grande safra de soja, estimada em 46 milhões de toneladas em Mato Grosso, intensificou a demanda por caminhões. Além disso, a necessidade de liberar espaço para o milho safrinha contribui para o aumento dos custos logísticos.
Dificuldades no transporte afetam outros estados
No Maranhão, o escoamento da soja pelo sistema multimodal da VLI elevou os custos em 26,8% na rota de Balsas até o Porto de São Luís. No Paraná, os valores subiram 20% em Campo Mourão, 19,35% em Cascavel e 11,94% em Ponta Grossa. Em Goiás, a dificuldade de encontrar caminhões para Santos e Paranaguá também elevou os preços.
A Conab destaca que, apesar da alta nos custos, os portos de Santos, Arco Norte e Paranaguá continuam sendo os principais canais de escoamento da safra. No entanto, os desafios logísticos devem persistir nos próximos meses, principalmente em Mato Grosso, onde a rápida movimentação da produção mantém a pressão sobre o transporte rodoviário.