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Atrasos em Portos Prejudicam Exportações de Café no Brasil

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O Brasil acumulou milhões de sacas de café não embarcadas devido a atrasos e falta de infraestrutura nos portos.
Atrasos em Portos Prejudicam Exportações de Café no Brasil

Um levantamento realizado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) revelou que, devido a elevados atrasos e mudanças frequentes nas escalas de navios, o Brasil acumulou 2,155 milhões de sacas de café não embarcadas até setembro de 2024. Com um preço médio Free on Board (FOB) de US$ 269,40 por saca e a média do dólar a R$ 5,5410, isso representa uma perda de US$ 580,55 milhões, ou R$ 3,217 bilhões, em receita cambial.

Prejuízos pela Falta de Infraestrutura

O diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, destaca que os exportadores enfrentam prejuízos significativos devido à falta de infraestrutura portuária adequada para cargas conteinerizadas. Segundo ele, “nossos associados relataram um custo adicional de R$ 5,938 bilhões. Esses custos são resultado de detentions, armazenagens e alterações frequentes nas escalas das embarcações.”

Atrasos nos Principais Portos

Em setembro, 69% dos navios, ou seja, 190 de 277 embarcações, enfrentaram alterações ou atrasos nos principais portos do Brasil. O Porto de Santos (SP) registrou o maior prazo de espera, com 38 dias entre o primeiro e o último deadline. Santos, o principal terminal de exportação de cafés brasileiros, apresentou um alarmante índice de 84% de atrasos em porta-contêineres.

Dificuldades Para Escoar o Café

No complexo portuário do Rio de Janeiro, o segundo maior exportador de café do Brasil, os atrasos foram de 58% em setembro. Isso significou que 42 dos 72 navios destinados às remessas sofreram alterações em suas escalas. O panorama preocupa, pois 13% dos procedimentos de exportação enfrentaram prazos superiores a quatro dias de gate aberto.

Comprometimento dos Exportadores

Apesar dos desafios, o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, elogia o comprometimento dos exportadores brasileiros com seus clientes internacionais. Em setembro, o Brasil exportou 4,464 milhões de sacas, o maior volume para esse mês, representando um aumento de 33,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O acumulado do ano já soma 36,428 milhões de sacas, alta de 38,7%.

“Estamos demonstrando nossa capacidade de superar dificuldades logísticas. Mesmo com desafios, conseguimos bater recordes de exportação, mantendo uma relação sólida entre importadores e exportadores,” afirma Ferreira.

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