As exportações de soja dos Estados Unidos estão em ritmo acelerado, com prêmios de exportação atingindo os níveis mais altos em 14 meses. Esse cenário ocorre em meio a incertezas eleitorais e possíveis tensões comerciais com a China, principal comprador da soja americana.
Na semana passada, cerca de 2,5 milhões de toneladas de soja dos EUA foram inspecionadas para exportação. Desse volume, quase 1,7 milhão de toneladas tinham como destino a China, maior comprador global da commodity, conforme dados do Departamento de Agricultura dos EUA.
Crescimento e incertezas no mercado de soja
Embora esse aumento nas exportações de soja traga alívio para os produtores americanos, que enfrentam preços baixos, há receio de que a alta demanda seja temporária. Caso ocorra uma queda futura, os EUA podem enfrentar um excesso de oleaginosas no mercado, em um momento de baixa nos preços.
Além disso, o clima político também está afetando as negociações. Importadores chineses têm evitado a compra de soja americana a partir de janeiro, temendo novas tarifas. Muitos estão optando por soja brasileira, mesmo pagando até 40 centavos de dólar a mais por bushel.
Dan Basse, presidente da AgResource Co., afirmou que a incerteza sobre as tarifas influencia fortemente as decisões chinesas. Ele prevê que as exportações americanas de soja na safra 2024/25 podem cair cerca de 75 milhões de bushels, abaixo da estimativa atual do USDA.
No início desta semana, os prêmios para entrega imediata da soja nos terminais de exportação no Golfo do México chegaram a 130 centavos sobre os futuros de novembro da Bolsa de Chicago. Esse aumento reflete a forte demanda no curto prazo.