O greening, considerado uma das pragas mais agressivas da citricultura mundial, mobiliza uma operação de grande escala no Paraná, que se iniciou e neste ano na cidade de Paranavaí.
A ação envolve a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), a prefeitura local e diversos órgãos, visando preservar a produção de citros, atividade essencial para a economia da região.
A medida emergencial, iniciada no Distrito de Sumaré, busca eliminar plantas hospedeiras do psilídeo transmissor do greening.
Agentes municipais e estaduais, com apoio da Secretaria de Agricultura e Guarda Municipal, estão visitando residências para sensibilizar moradores e promover o corte de árvores cítricas e murta.
Mais de 3 mil plantas devem ser erradicadas, com os resíduos sendo descartados de forma ambientalmente adequada.
“O engajamento da população é fundamental. Em caso de resistência, a fiscalização será acionada para garantir a execução da medida”, afirmou Alisson Santos Barroso, gerente regional da Adapar.

Impacto econômico e social
Paranavaí, principal polo citrícola do Paraná, emprega cerca de 5 mil pessoas na cadeia produtiva. A erradicação das plantas infectadas é vital para evitar a disseminação da doença, que compromete frutos, reduzindo a produção e a qualidade comercial.
Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), os citros geraram R$ 985 milhões em Valor Bruto de Produção (VBP) no Paraná em 2023, com destaque para laranjas, tangerinas e limões.
Decreto e Força-Tarefa
O Decreto 4.502/2023, prorrogado em dezembro de 2024, permite à Adapar fiscalizar e autuar propriedades que não cumpram as práticas fitossanitárias.
Desde 2023, a agência organiza forças-tarefas com produtores e indústrias para combater o psilídeo e mitigar os impactos da praga.
“Estamos atuando de forma integrada para proteger a citricultura local e garantir a sustentabilidade do setor”, destacou Otamir Cesar Martins, presidente da Adapar.

Em dezembro, o Governo do Estado prorrogou por mais 180 dias o estado de emergência fitossanitária para o combate ao greening.
A medida visa garantir maior agilidade e eficiência nas ações de controle da doença, fortalecendo a capacidade de resposta diante da ameaça à citricultura.
Sem cura conhecida
O greening, também chamado de HLB (Huanglongbing), não tem cura. A doença afeta plantas cítricas, causando frutos deformados, menor produção e até a morte precoce das árvores.
Entre as medidas de controle estão o uso de mudas certificadas, aplicação de inseticidas e manejo preventivo com quebra-ventos e adubação adequada.

Uma alternativa biológica é o uso da vespa Tamarixia radiata, que se alimenta das ninfas do psilídeo. O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) tem criado essas vespas em laboratório como parte do combate.
Monitoramento em Minas Gerais
Em Minas Gerais, os citricultores têm até 31 de janeiro para entregar o Relatório de Vistoria do Greening referente ao segundo semestre de 2024. O documento é essencial para monitorar a situação fitossanitária nos 275 municípios obrigados à entrega, incluindo 77 com registros oficiais da praga.
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) disponibiliza um sistema digital para facilitar o envio, permitindo o acompanhamento do histórico de dados e situação dos pomares.
O relatório subsidia ações rápidas de controle e formulação de políticas públicas eficazes.
Com projetos como o “Viva Citros”, o IMA reforça boas práticas agrícolas, ajudando produtores a adotar medidas preventivas e garantindo a sanidade vegetal no estado.
Fonte: Agrofy