O mercado internacional vive forte alta no preço do suco de laranja, enquanto os produtores brasileiros encaram perdas causadas por uma safra historicamente baixa e tarifas externas.
Segundo o relatório Agro Mensal do Itaú BBA, o preço do suco de laranja congelado concentrado subiu em Nova York, mas o valor pago ao produtor caiu 19% no Brasil. A produção da safra 2024/25 foi a menor dos últimos 36 anos.
Safra menor e condições climáticas desfavoráveis
A produção nacional atingiu apenas 230,9 milhões de caixas, segundo a Fundecitrus. Isso representa queda de 25% em relação à safra anterior. O clima seco e o calor intenso entre maio e agosto de 2024 prejudicaram as lavouras. Além disso, o greening afetou a qualidade e o tamanho dos frutos.
O período de estiagem também acelerou a maturação, forçando uma colheita antecipada. Como resultado, os frutos ficaram menores que o padrão esperado.
Tarifas dos EUA pressionam exportações brasileiras
A situação se agrava com a nova tarifa imposta pelos Estados Unidos ao suco de laranja brasileiro. O governo norte-americano aumentou em 10% os impostos sobre produtos do Brasil. Com isso, o custo de exportar subiu ainda mais, tornando o produto brasileiro menos competitivo.
Hoje, apenas 10% do suco consumido nos EUA é produzido internamente. O Brasil responde por 71% das importações. Com a nova medida, o México pode ganhar espaço no mercado, já que suas exportações continuam isentas da tarifa.
Rumo a novos mercados e expectativa para nova safra
De julho de 2024 a março de 2025, o Brasil exportou 249 mil toneladas para os EUA, com média de USD 4.398,3 por tonelada. As tarifas pagas chegaram a USD 103,4 milhões e podem ultrapassar USD 213 milhões até o fim da safra.
Apesar disso, há esperança para 2025/26. Boas chuvas em dezembro indicam uma possível recuperação na produção. O novo levantamento da safra será divulgado em 9 de maio.
Para driblar a crise, o setor estuda ampliar os embarques para países como Bélgica, Holanda, China e Japão.
