O mês de maio foi marcado por forte desvalorização nos preços do café. A entrada da nova safra brasileira e o clima favorável pressionaram o mercado para baixo.
Segundo analistas, o cenário é reflexo da colheita que avança rapidamente no Brasil. Como maior produtor mundial, o país influencia diretamente os valores internacionais do café.
Oferta crescente pressiona o mercado
Mesmo com quebra na produção do café arábica, o impacto foi menor que o previsto. Isso ajudou a aumentar a oferta global e derrubou as cotações.
O clima também favoreceu o ritmo da colheita. Assim, a pressão sazonal se intensificou. O consultor Gil Barabach, da Safras & Mercado, destaca que esse movimento é típico desse período.
Café robusta também recua com clima no Vietnã
No Vietnã e na Indonésia, o clima melhorou, o que impulsionou a colheita do café robusta. Essa oferta adicional acentuou a queda nos preços.
Na Bolsa de Londres, o robusta caiu mais que o arábica ao longo de maio. A expectativa de abastecimento confortável foi determinante nesse movimento.
Mercados internacionais e nacionais em queda
Na Bolsa de Nova York, o arábica contrato julho recuou 13,1% em maio. O preço caiu de 400,75 para 348,40 centavos de dólar por libra-peso.
Já o café robusta, em Londres, acumulou perda de 15% no mesmo período. No mercado físico brasileiro, a tendência seguiu o mesmo caminho.
Preços caem no mercado interno
Com a nova safra ganhando ritmo, os preços internos também recuaram. Os cafés de qualidade inferior foram os mais afetados.
- Café arábica – Sul de Minas: R$ 2.360,00 por saca (queda de 10,9%)
- Café conilon tipo 7 – Vitória (ES): R$ 1.420,00 por saca (queda de 17,2%)
Analistas apontam que a tendência é de continuidade na pressão de baixa, ao menos no curto prazo. O clima e o ritmo da safra seguem como pontos de atenção.