O mês de maio trouxe queda nos preços da carne suína no Brasil. Mesmo assim, o setor se apoia nas exportações para manter o fôlego.
Durante a primeira quinzena, os valores se mantiveram estáveis. No entanto, a segunda metade do mês foi marcada por recuos, com menor procura no mercado interno e postura mais cautelosa das indústrias.
Consumo em baixa e concorrência crescente
Segundo Allan Maia, analista da Safras & Mercado, o consumo fraco e a menor renda da população influenciaram diretamente na retração.
Além disso, a carne suína perdeu espaço frente às proteínas concorrentes. Frango e carne bovina também enfrentaram dificuldades, mas com preços mais atrativos, afetaram a competitividade do suíno.
Exportações e custos aliviam cenário
Apesar da queda nos preços, a exportação de carne suína teve desempenho positivo. Isso ajudou a reduzir a oferta interna e, com isso, segurou parte da pressão.
Outro ponto positivo foi a queda nos custos de produção. O milho, principal insumo da ração, ficou mais barato, melhorando a margem dos produtores.
Maia acredita que a entrada de junho pode trazer melhora. Isso porque o varejo se movimenta mais e o pagamento dos salários aumenta o poder de compra das famílias.
Queda generalizada nos preços
Levantamento da Safras & Mercado mostra recuos em várias regiões:
- Média do Centro-Sul: R$ 7,80 para R$ 7,57 (-2,96%)
- Pernil no atacado: R$ 14,20 para R$ 13,49 (-5,03%)
- Carcaça: R$ 12,61 para R$ 12,11 (-3,92%)
Alguns destaques regionais:
- São Paulo: de R$ 163,00 para R$ 155,00
- Paraná: mercado livre caiu de R$ 8,25 para R$ 8,00
- Goiás: queda de R$ 8,40 para R$ 7,90
- Minas Gerais: interior recuou para R$ 8,10
Exportações disparam
As exportações de carne suína in natura somaram US$ 211,5 milhões em maio. Foram 82,2 mil toneladas embarcadas, com média diária de 5.139 toneladas.
Comparado a maio de 2024:
- Valor médio diário cresceu 32,1%
- Volume médio diário subiu 17,8%
- Preço médio por tonelada aumentou 12,2%
Mesmo com o cenário interno mais desafiador, a carne suína segue forte nas vendas externas e aposta na recuperação da demanda interna nas próximas semanas.