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Recuperações Judiciais no Agronegócio Somam R$ 12,3 Bilhões

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Recuperações judiciais no agronegócio
Recuperações Judiciais Explodem em 2024

O montante total de recuperações judiciais no agronegócio alcançou R$ 12,3 bilhões. Em maio deste ano, esse montante era de R$ 5 bilhões, registrando um salto impressionante de 150% nos últimos dois meses. Esse aumento significativo deve-se principalmente aos pedidos de recuperação de grandes empresas como a AgroGalaxy, de Goiânia (GO), e o Portal Agro, de Paragominas (PA), ambas atuando no setor de insumos agrícolas.

Segundo um levantamento realizado pelo escritório Diamantino Advogados Associados, especializado no setor, o ranking das maiores recuperações judiciais de 2024 inclui outras empresas de peso. Entre elas estão o Grupo Patense, de Patos de Minas (MG), que processa resíduos de origem animal para rações e biocombustíveis, e a Elisa Agro, de Aruanã (GO), uma das maiores do Brasil em agricultura irrigada.

Vale ressaltar que o estudo considera apenas os processos de recuperação judicial já aceitos pela Justiça, deixando de fora os pedidos ainda em análise. “Essas são as RJs gigantes, de grandes empresas”, comenta Eduardo Diamantino, sócio do escritório que elaborou o levantamento. Ele destaca que nove das empresas são pessoas jurídicas (PJs), com apenas um processo envolvendo uma pessoa física – o Grupo Cella, que atua no Mato Grosso.

Crescimento de Recuperações entre Produtores Rurais

Além das grandes empresas, pequenos e médios produtores também estão sentindo os efeitos. De acordo com a Serasa Experian, o número de recuperações judiciais solicitadas por proprietários rurais (pessoas físicas) chegou a 106 no primeiro trimestre de 2024. Comparado ao mesmo período de 2023, com 17 solicitações, o aumento foi de 523%. Se comparado a 2022, que teve apenas cinco requerimentos, o crescimento é ainda mais expressivo, com salto de 2.000%. Esses casos, no entanto, costumam envolver valores menores e, por isso, não entram no ranking de grandes recuperações.

Para Eduardo Diamantino, essas recuperações judiciais no setor agropecuário representam uma mudança significativa no ciclo do agronegócio. “O campo vive o que chamamos de tempestade perfeita. Há tantos problemas que é difícil imaginar mais um desafio a ser enfrentado”, avalia ele.

O setor, que foi destaque na economia brasileira entre 2020 e 2022, agora enfrenta um cenário internacional com excesso de oferta, o que impõe ajustes profundos no mercado. O levantamento anterior do escritório de advocacia, divulgado em maio, estimava R$ 5 bilhões em dívidas. Naquela ocasião, o Grupo Serafico Agroindustrial, de Toledo (PR), liderava o ranking, com dívidas de aproximadamente R$ 1 bilhão. Seu pedido de recuperação judicial foi aceito pela Justiça em dezembro de 2013.

Entre as recuperações judiciais mais antigas do levantamento estão as da Usina Maringá, de Santa Rita do Passa Quatro (SP), e do Grupo AFG, de Cuiabá (MT), ambas iniciadas em 2020.

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