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Ultrablack: Raça Ganha Espaço na Pecuária Brasileira

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A pecuária brasileira exige animais produtivos e adaptáveis ao clima tropical. Nesse cenário, a raça Ultrablack tem se destacado, conquistando pecuaristas em todo o país. Desde seu registro oficial no Brasil em 2017, a raça tem demonstrado alto potencial, unindo precocidade, eficiência produtiva e qualidade da carne.

A combinação da genética zebuína com a base Angus permite que o Ultrablack prospere em sistemas a pasto, predominantes no Brasil, sem perder as características premium da carne Angus. Segundo Mateus Pivato, diretor-executivo da Associação Brasileira de Angus e Ultrablack, essa é uma solução estratégica para atender a crescente demanda por carne de alta qualidade.

Genética e Adaptabilidade

A raça Ultrablack resulta do cruzamento entre 80% de sangue Angus e 20% de genética zebuína, proporcionando rusticidade e alto desempenho produtivo. Segundo Pivato, essa composição genética é ideal para enfrentar os desafios climáticos e sanitários do Brasil.

Um dos principais diferenciais da raça é a combinação entre marmoreio, maciez e sabor da carne Angus com a resistência dos zebuínos. Isso garante maior adaptabilidade a regiões quentes, como o Centro-Oeste, onde o calor intenso e a presença de parasitas são desafios constantes.

Além disso, a raça auxilia na manutenção do grau de sangue Angus dentro do cruzamento industrial. Seu uso sobre vacas F1 e F2 Angus melhora a qualidade da carne, a rusticidade e a eficiência produtiva, agregando valor ao produto final e aumentando a rentabilidade dos pecuaristas.

Tecnologia e Melhoramento Genético

Mesmo sendo uma raça jovem, o Ultrablack já conta com avanços tecnológicos que impulsionam seu melhoramento genético. A ultrassonografia de carcaça, por exemplo, permite selecionar reprodutores com características desejáveis, como maior área de lombo e melhor deposição de gordura.

Outro destaque é a avaliação genômica, que garante maior precisão na seleção dos animais. Com essa tecnologia, apenas os exemplares mais produtivos e adaptados são utilizados na reprodução, acelerando a evolução genética do rebanho.

A raça também conta com DEPs (Diferença Esperada na Progênie) específicas para resistência ao calor e carrapatos, fatores essenciais para a adaptação ao clima tropical. Bovinos de pelo curto e liso, por exemplo, mantêm uma temperatura corporal mais estável, favorecendo seu desempenho em regiões quentes.

Manejo e Expansão da Raça

A nutrição do Ultrablack segue os mesmos padrões das raças Angus e Brangus. Para expressar todo seu potencial genético, os animais precisam de uma alimentação balanceada desde a gestação. Segundo Pivato, um manejo nutricional bem estruturado, aliado a boas práticas, garante alta eficiência produtiva.

Desde 2017, já foram registrados mais de 5 mil animais da raça no Brasil, concentrados principalmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Alagoas. A expansão para estados como a Bahia reforça a crescente demanda pelo Ultrablack no mercado nacional.

Carne Angus e Mercado Premium

Pivato esclarece que não existe uma carne Ultrablack como produto independente. A raça foi desenvolvida para aprimorar a produção de carne Angus dentro do Programa Carne Angus Certificada.

O Brasil tem buscado se consolidar como produtor de carne premium, competindo com países como Estados Unidos, Austrália e Uruguai. A raça Ultrablack desempenha um papel fundamental nesse avanço, garantindo bezerros de alta qualidade e impulsionando a valorização do produto brasileiro no mercado internacional.

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