O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a tensionar o comércio global ao ameaçar tarifas adicionais sobre produtos importados da China. A nova medida impactaria diretamente todas as importações chinesas.
Segundo Trump, caso Pequim não recue das tarifas recíprocas contra Washington até 8 de abril, os EUA vão elevar as taxas em mais 50%, a partir do dia 9. Com isso, o país pode chegar a um aumento total de 84% nas tarifas sobre produtos chineses, em apenas uma semana.
Crise comercial afeta o mercado global
Além da escalada nos impostos de importação, Trump afirmou que todas as negociações com a China estão encerradas. Ele ainda declarou que tratativas com outros países já foram iniciadas.
A crise começou no início de abril, quando os EUA passaram a taxar em 34% todos os produtos vindos da China. Como resposta, o governo chinês também impôs tarifas de 34% sobre produtos americanos. Além disso, restringiu a exportação de minerais estratégicos e vetou o comércio com 16 empresas dos Estados Unidos.
A guerra tarifária tem provocado quedas nas bolsas de valores globais e ampliado as incertezas sobre o comércio mundial. A instabilidade preocupa diversos setores, inclusive o agronegócio.
China reage e pede calma ao mercado
O jornal oficial do Partido Comunista Chinês, Diário do Povo, pediu calma em editorial publicado no domingo. Segundo o texto, a economia chinesa tem capacidade de resistir à pressão tarifária de Trump.
De acordo com o jornal, a China reduziu sua dependência do mercado americano nos últimos anos. As exportações para os EUA caíram de 19,2% em 2018 para 14,7% em 2024, segundo os dados apresentados.
Ainda assim, o impacto global da tensão entre as duas maiores economias do mundo já é evidente. O setor agropecuário acompanha o cenário com atenção, especialmente diante da volatilidade nas commodities.